terça-feira, 11 de outubro de 2022






 Namoro no Sofá 




Ainda me lembro... Seus pais foram dormir...
E tiveram, naquela noite, sono profundo...
E o velho sofá tornou-se para nós,
O lugar mais aconchegante deste mundo.

Beijávamo-nos com sofreguidão,
Nossas bocas estalavam ruidosas,
Minhas mãos lentamente levantaram teu vestido
E encontraram tuas cochas alvas e sedosas.

Num débil pudor pediu-me que parasse
Mas elas, desobedientes, te exploravam..

Num libidinoso e carnal desatino,
Desabotoei-te a blusa de cetim
Teus seios, túmidos de desejo, revelaram-se...
Tinham eles, a brancura imaculada do marfim

Teus mamilos róseos e tesos
Por meus lábios sedentos... esperavam...
Com sofreguidão sorvi-os.
E como se fossem a última esperança
De um soldado no deserto,
Regalei meus lábios sequiosos, naqueles
Libidos cantis...

Não havia mais volta...
Entregamo-nos de vez a insana perversão.

E foi nesse momento que ousei um pouco mais...
Tirei-te do corpo o último escudo.
E nesse arroubo febril
Rasguei sem querer,
A sedosa e úmida calcinha...

Meus olhos, apressados, percorreram ávidos
O caminho que ia de teus joelhos ao local desejado...
E devo confessar... Ficaram extasiados
Quando o calabouço, lúbrico de desejo,
Revelou-se... 

E na carnalidade desse doce desatino,
Penetrei-te...
Como um caçador penetra a selva escura,
Sem saber bem o que invade e o que viola,
Penetrei-te...

Seu corpo sobre o meu
Contorcia-se freneticamente,
Dobrando-se e elevando-se,
Na plenitude famélica do gozo.

E foi num contubérnio idílico de sibaritas,
Corpos à beira da apetitosa lassidão,
Que juntamos ao alto nossos braços tesos
Na simultânea intensidade da devassidão...